
Vejo muitos fotógrafos, especialmente quem está a começar, a adotar métodos super simples de armazenar as suas fotos.
E percebo porquê. É prático, rápido, e honestamente... parece suficiente.
E percebo porquê. É prático, rápido, e honestamente... parece suficiente.
Mas deixa-me contar-te algo que aprendi (e já vi acontecer a muita gente - inclusive ... eu!): confiar só na cloud é estar a dançar em cima de gelo fino.
Eu entendo o argumento:
"Tenho tudo no Lightroom Cloud, nunca me falhou, posso sempre reverter, porque é que haveria de gastar dinheiro em discos?"
E sim, é cómodo.
Mas o problema da comodidade é que te faz esquecer o básico: redundância e controlo.
"Tenho tudo no Lightroom Cloud, nunca me falhou, posso sempre reverter, porque é que haveria de gastar dinheiro em discos?"
E sim, é cómodo.
Mas o problema da comodidade é que te faz esquecer o básico: redundância e controlo.
Aqui vão algumas verdades desconfortáveis:
1. A cloud não é um backup, é um sistema de sincronização
Quando usas a cloud, estás basicamente a confiar num único ponto de falha externo.
Se a tua conta for comprometida, se houver um bug, se decidirem mudar as políticas ou mesmo encerrar o serviço... adeus fotos.
Sim, mesmo com versões anteriores e histórico, não controlas o que pode acontecer do lado deles.
Se a tua conta for comprometida, se houver um bug, se decidirem mudar as políticas ou mesmo encerrar o serviço... adeus fotos.
Sim, mesmo com versões anteriores e histórico, não controlas o que pode acontecer do lado deles.
2. Os dados não são para sempre (e as clouds também não)
Empresas fecham, mudam, perdem servidores, cometem erros humanos.
Já viste o que aconteceu com plataformas gigantes como Photobucket, Flickr, MySpace, etc.?
Milhões de fotos simplesmente desapareceram.
Já viste o que aconteceu com plataformas gigantes como Photobucket, Flickr, MySpace, etc.?
Milhões de fotos simplesmente desapareceram.
3. Ter tudo num único lugar é a receita perfeita para desastre
Se tens as tuas fotos só no cartão ou só na cloud, estás a confiar cegamente que nada vai correr mal.
A realidade é que discos falham, clouds têm limites, e Murphy adora visitar quem não se previne.
A realidade é que discos falham, clouds têm limites, e Murphy adora visitar quem não se previne.
4. O futuro muda (e as tuas necessidades também)
Hoje dizes que nunca vais precisar rever essas fotos.
Mas e se daqui a 10 anos quiseres criar uma retrospetiva?
Ou se te pedirem um trabalho antigo?
Ou se um cliente voltar para pedir impressões?
Guardar bem as tuas imagens é investir no teu legado enquanto fotógrafo.
Mas e se daqui a 10 anos quiseres criar uma retrospetiva?
Ou se te pedirem um trabalho antigo?
Ou se um cliente voltar para pedir impressões?
Guardar bem as tuas imagens é investir no teu legado enquanto fotógrafo.
Então... qual é a abordagem certa?
O modelo que defendo (e que ensino nos meus workshops) é simples:
✔️ Armazena localmente (em discos externos fiáveis e duplicados) : Discos de qualidade, com backup duplicado em locais diferentes (sim, literalmente cópias em dois sítios físicos separados).
✔️ Usa a cloud como redundância, não como base : A cloud é ótima para ter uma cópia acessível em qualquer lado ou como backup extra, mas nunca deve ser a única cópia.
✔️ Faz revisões periódicas e atualiza os teus backups : Os discos também envelhecem. Revê os backups, muda discos antigos, verifica a integridade dos ficheiros.
Pode parecer um exagero... até ao dia em que perdes tudo.
E nesse dia, vais dar tudo para poder voltar atrás.
E nesse dia, vais dar tudo para poder voltar atrás.
Não esperes que te aconteça para começares a levar o teu trabalho mais a sério.
Trata as tuas fotos como tratarias o trabalho de um cliente milionário: com respeito, segurança e redundância.
Trata as tuas fotos como tratarias o trabalho de um cliente milionário: com respeito, segurança e redundância.